A tribo Ndebele é uma das menores da África do Sul. Mas intensa o suficiente para revelar uma das manifestações artísticas de maior destaque de todo o continente. Já circula pelo mundo a técnica ancestral de pintar os muros das residências – à mão livre – com linhas e ângulos geométricos coloridos. Obra de Esther Mahlangu, artista de 75 anos, pioneira em colocar as cores e formas Ndebele em telas. Quando ela tinha 55, 20 anos atrás, foi a primeira mulher de sua tribo a cruzar o oceano. A técnica Ndebele é importantíssima para o mundo reconhecer de vez que, na África, existe arte de qualidade e complexidade – alerta. – Os ocidentais ainda tratam a arte africana sob o ponto de vista antropológico e etnológico, e sempre querem encontrar uma função utilitária para ela, resumindo-a a estatuetas e máscaras. A arte das mulheres Ndebele questiona essa visão, já que são óbvias as preocupações estéticas dessas artistas. Além disso, a arte está exposta em murais e não possui qualquer função utilitarista.

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